A importância do fisioterapeuta na promoção da saúde cardiovascular
- Iury Nala
- há 4 dias
- 3 min de leitura
As doenças cardiovasculares (DCV) ainda são uma das principais causas de mortalidade no Brasil e no mundo. Por isso, é essencial tanto para pacientes quanto para profissionais compreenderem a importância da promoção da saúde para obtenção de uma vitalidade máxima.
Nos últimos anos, estudos e diretrizes internacionais vêm reforçando que o cuidado cardiovascular não começa após o diagnóstico, mas muito antes — na educação em saúde, no incentivo ao autocuidado, no movimento consciente e nas práticas que regulam o organismo. É exatamente nesse ponto que o fisioterapeuta ganha destaque.

A promoção da saúde é o incentivo às boas escolhas, seja por uma campanha para educação alimentar, do estímulo à prática de atividades físicas, de orientações sobre o uso de tabaco, álcool e outras drogas, entre outras estratégias, sempre preservando a qualidade de vida e o bem-estar. Ela fortalece as capacidades motoras, emocionais, mentais e funcionais, permitindo que o indivíduo viva melhor, com mais autonomia e menor risco de adoecimento.
Estudos recentes mostram que muitos profissionais da área ainda têm dificuldade em definir a promoção da saúde, frequentemente confundindo esse conceito com a prevenção de doenças. Além disso, muitos pacientes relatam que a falta de tempo e de recursos financeiros são obstáculos para fazer mudanças significativas em seus hábitos. Fisioterapeutas encontram falta de incentivo para adotar essas práticas. O principal problema para que elas não aconteçam como deveriam é a falta de reconhecimento e valorização da promoção da saúde como um direito fundamental.
Pacientes cardíacos comumente possuem mais idade, isso faz com que suas necessidades sejam múltiplas, visto que muitos possuem comorbidades relacionadas. Desse modo, o trabalho do profissional fisioterapeuta deve ter muita cautela tanto em relação à comunicação quanto às atividades propostas. É fundamental a escuta, ouvir o que ele tem a dizer, como enxerga sua doença para assim conseguir promover a saúde. Afinal, a alta é mais segura quando o paciente é educado desde o início a entender seu corpo e seus limites.
O fisioterapeuta, em muitos casos, atua como educador e facilitador do autocuidado. Orientações adequadas reduzem a ansiedade em muitos pacientes, aumentam a segurança e melhoram a adesão ao tratamento. Pacientes desinformados costumam usar a internet para obter mais informações sobre seu estado de saúde ou sobre os sinais e sintomas de sua doença. Isso pode causar insegurança e dificultar o tratamento. No contexto da promoção da saúde, a acupuntura é especialmente valiosa porque ajuda o paciente a reconhecer os sinais do próprio corpo. Para muitos, a nova rotina só acontece por causa da necessidade de mudar após a doença, o que torna difícil a adaptação aos novos hábitos. A prevenção da doença tem como objetivo impedir a progressão, o agravamento ou até mesmo o surgimento de uma DCV. É importante atuar diretamente na redução dos fatores de risco e da sobrecarga cardíaca, por meio de hábitos e cuidados específicos. Os obstáculos diários evidenciam que o olhar do fisioterapeuta precisa ir além da técnica. Compreender de fato quem é aquele paciente — seus limites, suas dores, suas rotinas, suas inseguranças — é o que efetiva as ações de promoção da saúde. Todos possuem uma trajetória, com barreiras sociais, emocionais, econômicas e culturais que precisam ser respeitadas. Quando o profissional reconhece isso, consegue ajustar o cuidado para algo mais acessível, humano e funcional.
Assim, a promoção de saúde funcionaria como uma estratégia social. Desvinculando a saúde à ausência de doença. Essa abordagem fortalece a autonomia, reduz riscos cardiovasculares e traz mais segurança ao tratamento, tornando o cuidado verdadeiramente integral — onde ciência, sensibilidade e prática caminham lado a lado.
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Por que esse cuidado integrado é importante?
A saúde cardiovascular não depende apenas de exames e medicamentos. Ela depende do movimento, da respiração, da percepção do corpo, da forma como lidamos com o estresse e de como cuidamos de nós mesmos todos os dias.
O fisioterapeuta atua como um guia nesse processo. Ele acolhe, motiva e constrói junto com o paciente. "Ajudar o paciente a entender seu corpo e a desenvolver hábitos que realmente fazem diferença na vida."







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